"Nuzman sempre soube" - Será?
Artigo Publicado em 25/03/2014, as 23:50hs
Por José Afonso*
O escândalo que tomou conta do Voleibol "Olímpico" Brasileiro recentemente, donde Juca Kfouri, em sua coluna na Folha de São Paulo (16/03/2014), sugere que "Nuzman sempre soube", desperta outro assunto, desta vez, do Taekwondo "Olímpico" Brasileiro que ainda tem gente querendo saber se, também, o "Nuzman sempre soube".
O caso em questão trata das mudanças estatutárias determindadas & homologadas pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) conforme Edital de 08/11/2011, para alterar em AGE o Estatuto Social da Confederação Brasileira de Taekwondo em AGE em 21/11/2011.
Por conta da menor relevância do Taekwondo "Olímpico" Brasileiro, o tema não deixa de ser menos importante. Esta suposta, cumplicidade do Dirigente do COB, a que Juca se refere; no Caso do Taekwondo, mesmo que fosse, por engodo, omissão, negligência ou indiferença, pode ter interferido & redesenhado de forma decisiva a correlação de forças (política) dentro desta Modalidade (Taekwondo).
Durante os dois anos (2011/2012) em que o atual dirigente taekwondista ocupou provisoriamente o comando do Taekwondo "Olímpico" Brasileiro e nele se sustentou com imbróglios judiciais - que se prolongaram nos meandros do judiciário brasileiro e se desgastaram naturalmente, bem como em assuntos mal discutidos como: "Quem vai reparar o Prejuízo de Jung Roul Kim?" (Publicado em 01/04/2013) - promoveu mudanças estatutárias questionáveis. Entre elas, artigos que objetivamente reduzia a si mesmo a condição de único candidato possível às eleições seguintes.
Nem precisa dizer que por conta destas Mudanças Estatutárias, determindadas & homologadas pelo COB, na Entidade que controla o Taekwondo "Olímpico" Brasileiro, a Eleição que ocorreu em Fevereiro de 2013 teve Candidato Único e Eleito por Unanimidade, obviamente que depois de desfiliar federações, como as de SP, MG e RO, que não se alinhavam ao projeto político em curso.
Porém, não é este o foco da nossa abordagem; mas sim, refletir sobre o fato mais relevante e aparentemente absurdo, donde tais Mudanças Estatutárias, conforme o próprio Edital, "caguetam" o todo poderoso do COB:
Item “a) Análise, deliberação e votação para a alteração do Estatuto da CBTKD conforme prévia determinação e homologação do Comitê Olímpico Brasileiro - COB;”
Na época foi difícil acreditar que o Comitê Olímpico Brasileiro tivesse determinado e homologado um estatuto que, além de conter itens explicitamente inconstitucionais, escancarava a ingerência do COB na vida institucional, orgânica e política da entidade dando sustentação a tais Mudanças Estatutárias. Não por acaso, publicamos o artigo de Releitura Oportuna em 04/07/2013 - "COB & TKD, uma combinação “in”perfeita". Ademais, este não foi o único alerta. Outros artigos tentaram, em vão, alertar tanto o coletivo taekwondista como a própria autoridade olímpica:
- Em 24/02/2012 - Análise do Estatuto da CBTKD - Uma contribuição ao debate;
- Em 05/02/2013 - Estatuto Social da CBTKD em “transe”;
- Em 14/02/2013 - Taekwondo Brasileiro, ladeira abaixo;
- Em 06/03/2013 - Rumos incertos para o Taekwondo Nacional.
Não há como afirmar que fizeram ouvidos de mercadores. Nem mesmo se foram responsáveis mesmo por tais mudanças. Nunca ninguém se manifestou sobre isto! Mas o certo é que, de Fato & de Direito, o COB cacifou tais mudanças, nos fazendo agora evocar Juca Kfouri e questionar:
"Nuzman sempre soube"?
Paralelo a isto, no calor das denúncias que provocam turbulências na seara olímpica brasileira, o Deputado Romário, em pronunciamento no Plenário da Câmara dos Deputados, denunciava & questionava: "Sabemos que as confederações de tênis, taekwondo, canoagem e basquete também apresentam graves irregularidades, até agora não sabemos uma só ação do ministério do Esporte. Não seria oportunidade de essa casa também entrar na investigação?" Leia: "Romário cita crise no vôlei e sugere CPI do esporte olímpico"- Disponível no Site Terra.
- Em que Romário estaria se pautando para ventilar que modalidades entre elas o taekwondo, “também apresentam graves irregularidades”?Seria sobre ocaso do tal Auditor que não podia auditar ou do Consultor que não podia consultar?
- Seria que, mesmo uma Sindicância Interna da entidade tendo apontando suposta fraude, ainda assim, pagaram por tais serviços?
- Seria por ter mais caroço neste angu?
Quem vai saber?
Mas, será que, "Nuzman sempre soube"?
*O Autor José Afonso é faixa preta, professor, praticante de taekwondo e ativista no taekwondo brasileiro.
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